sexta-feira, 2 de maio de 2008

Estudos Sociais - Teoria e prática

Sinto uma necessidade imensa em registrar o que leio e abstraio.
Por isso desejo ir publicando as leituras dos capítulos de "Estudos Sociais - teoria e prática" de Aracy Antunes, Heloisa Menandro e Tomoko Paganelli.

Capítulo 1 – Os grupos sociais

Lendo o material de Estudos Sociais fazendo referência ao fato de sempre pertencermos a um grupo e levarmos marcas da vida social que levamos, lembrei-me dos textos de psicologia que falam sobre o homem ser fruto do meio e os debates que estas afirmações causam.
Fiquei pensando o quanto deve ser difícil a um pré-adolescente e a um adolescente,q eu buscam grupos para adquirirem auto-afirmação, conscientizarem-se de que pertence a um grupo, mas devem manter a sua individualidade no grupo, indo não somente ao encontro, mas por vezes agindo de forma contrária às idéias do grupo.
Aderimos a um grupo por três motivos: interesses comuns, objetivos comuns e atividades afins.
Consequentemente, pertencemos a diversos grupos e há uma hierarquia dentre eles conforme nossas prioridades.
Achei fantástica a proposta de trabalhar a criação de regras e normas a partir do estudo dos grupos, observando-os, definindo quem participa deles, que tipo de normas seguem.

Capítulo 2 – A socialização da criança

Sempre acreditei que a auto-estima tinha relação direta com o rendimento escolar e nesse capítulo afirma-se que o bloqueio das relações sociais e afetivas na família ou na escola pode conduzir ao bloqueio cognitivo.
Cheguei a achar engraçado ao ler a afirmação dos autores de que apesar da socialização ser um objetivo em toda escola, a realidade da maioria são auditórios de individualidades isoladas, com crianças sentadas enfileiradas.
Eu não sei trabalhar em grupos. Estudante de uma escola elitizada, sempre sobrei. Por auto-defesa, aprendi a me fechar e tenho facilidade de trabalhar sozinha.
Interessante perpassar as fases de socialização da criança:
• Anomia –primeiros anos de vida. Ainda não conhece as regras do mundo adulto e não repete a trangressão das mesmas por ter sofrido sanção, agindo por reflexo condicionado, não por compreensão da proibição.
• Heteronomia – séries inicias da escolarização. A criança é coagida a seguir as regras, mas ainda não as compreende e assimlia. Segue-as por formação de hábitos, conselhos, observação,l imitação ou por castigo, sanção. A criança sabe quando infringiu as regras e tenta esconder a infração para não sofrer a repressão, processo natural que deve ser combatido através do debate das regras do grupo. Seria incorreto o professor agir de forma autoritária. O fundamental não é dizer “não”, mas explicar “por que não”.
• Autonomia: reconhece as regras e não precisa ser obrigada a cumpri-las. Responde perante o grupo e assumi os riscos e conseqüências dos seus atos. Relaciona-se considerando o respeito mútuo.

O que mais chamou-me a atenção foi a contradição com um pensamento que eu tinha, reforçando a necessidade do estudo e o conhecimento da teoria para a boa prática. Antes da leitura deste texto, via como mau caratismo a criança tentar esconder uma infração. Aprendi que é um processo natural e que devo auxiliá-los a compreenderem a importância das regras na manutenção dos direitos de todos e auxiliá-los a se apropriarem das regras dos grupos dos quais são integrantes.
Ser repressivo e autoritário gera homens rebeldes ou passivos, não cidadãos conscientes de seu papel. Então sugere-se ao professor criar regras conjuntamente, fixá-las na sala,avaliá-las e por votação alterá-las e distribuir semanalmente pequenas tarefas a uma equipe.
É participando da criação de regras do seu grupo e observando as regras de grupo dosm quais pertença, que a criança compreenderá o seu papel em cada um deles.

Um comentário:

celilutz1 disse...

Muito significativas as tuas reflexões, Kelly. Dão a dimensão da importância da criança contar com um professor equilibrado, conhecedor da Psicologia, da Sociologia... e, principalmente, estudioso. As tuas colocações remetem ao desafio de olhar para "dentro da escola" antes de efetuarmos a matrícula dos nossos filhos. Que opções será que encontraremos?
Abraço.
Celi