sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bienal do Mercosul

Munida de máquina fotográfica, na companhia do meu amorzinho, amanhã vou fazer a minha visita a 6ª Bienal do Mercosul, visto que dia 10 de novembro estarei trabalhando e assistindo à fantástica palestra da Clarisse Leal. Como dizia minha querida colega Celi Lutz "Cecília Meirelles, querida. Ou isto ou aquilo".
Organização do tempo: num dia vou colocar a luva e no outro o anel. Dá tempo de fazer tudo!
Bem, resolvi me preparar para a visita...

Trechos extraídos copiado do Site da Bienal:

6ª Bienal do Mercosul: A Terceira Margem do Rio

Na história “A Terceira Margem do Rio” de João Guimarães Rosa, de 1962, um homem decide súbita e inexplicavelmente viver em um barco no meio do rio; rio em cujas margens ele vivera antes uma vida aparentemente normal com a sua família. O barco, também inexplicavelmente, permanece estacionário neste lugar. Após certo tempo, sua família passa a aceitar sua presença silenciosa, e assim ele constitui uma terceira margem para esse rio, mudando sua ecologia cultural para sempre através de sua presença teimosa.

Essa metáfora de uma terceira margem ressoa em muitos níveis como uma necessidade profundamente humana e contemporânea de se ir além das oposições binárias que estruturam as nossas vidas. Após um século XX repleto de jogos de soma zero entre a esquerda e a direita, o formal e o social, o velho e o novo, ou qualquer número de construções mutuamente-destrutivas similares, a terceira margem abre a possibilidade para uma perspectiva independente, um espaço no meio a partir do qual ambas as alternativas podem ser vistas, julgadas e consideradas. A terceira margem é, desse modo, um espaço radicalmente independente, um espaço livre de dogmas ou imposições, um lugar de observação. A terceira margem também une os que antes eram antagonistas num único campo de discussão. Quando Heidegger discutiu a imagem de uma ponte, ele poderia estar falando de uma terceira margem: “A ponte […] não une somente as margens que já estavam lá. As margens emergem como margens somente na medida em que a ponte atravessa o regato […] Ela traz o regato, a margem e a terra para a vizinhança um do outro. A ponte congrega a terra como uma paisagem em torno do regato.”¹ Numa paisagem mental, a ponte é a terceira posição que une as duas ideologias opostas, permitindo uma distância crítica de ambas, e a possibilidade de vê-las como parte de um mesmo sistema.

Exposições monográficas:


Francisco Alberto Matto Vilaró (1911 -1995) nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1911. Não freqüentou o colégio; sua educação se deu por meio de tutores na própria casa. Também estudou desenho e pintura com Carlos Rúfalo. Matto começou a pintar obras em tábuas de formato irregular, sobre temas religiosos, que seriam uma constante ao longo de sua vida.A obra de Matto está muito marcada pelo seu profundo interesse nas culturas pré-colombinas, interesse que o levou a formar sua própria coleção de arte pré-hispânica.


Jorge Macchi nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1963. Estudou artes na Escuela Nacional de Bellas Artes de Buenos Aires e em 1987 recebeu o Título de Professor Nacional de Pintura. Atualmente vive e trabalha em Buenos Aires. A cidade, o cotidiano, a violência e o destino são temas das criações do artista que trabalha em diversas mídias, incluindo instalações, pinturas, vídeos e fotografias.

Öyvind Axel Christian Fahlström (1928 – 1976) nasceu em São Paulo, Brasil, em 28 de dezembro de 1928. Passou sua infância em São Paulo, Niterói e Rio de Janeiro e foi educado em português e inglês na Escola Britânica de São Paulo. Aos dez anos de idade foi passar o verão na Suécia, mas, um mês após sua chegada em Estocolmo, a Alemanha invadiu a Polônia. Impedido de viajar devido à eclosão da 2ª Guerra Mundial, permaneceu na cidade, tendo cursado história da arte na Universidade de Estocolmo. Já formado, viajou para Paris e Itália, onde encontrou outros poetas e pintores. Contribuiu regularmente para a imprensa sueca em tópicos relativos à cultura local e estrangeira, papel que desempenhou pelo resto de sua vida. Fahlström trabalhou com happenings e performances; além de artista visual, escreveu peças de teatro, fez filmes e documentários.


Zona Franca
À medida que o discurso curatorial da sexta Bienal do Mercosul articula um distanciamento do formato tradicional das bienais em seu esforço de representação regional, o projeto Zona Franca aposta em um critério de qualidade e relevância a nível internacional. A pergunta por trás dessa proposta é: o que aconteceria se a equipe de curadores pudesse escolher, sem condicionamentos, projetos internacionais considerados de maior relevância no cenário global? Dessa maneira, também articula-se a visão desde o Mercosul até o mundo, sendo esse um dos princípios intelectuais fundadores dessa bienal.


CURADORES LEVANDO-NOS A ARTE DO MUNDO...

Gabriel Pérez-Barreiro

É doutor em História e Teoria da Arte pela University of Essex e Mestre em História da Arte e Estudos Latino-Americanos pela University of Aberdeen.

Luiz Pérez-Oramas

É escritor, poeta e historiador da arte. Fez doutorado sob a orientação de Louis Marin e Hubert Damisch, na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, em Paris, França, em 1994.

Inés Katzenstein

Inés Katzenstein é formada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Buenos Aires e realizou mestrado em Estudos Críticos e Curatoriais no Center for Curatorial Studies, em Bard College, Nova York.

Moacir dos Anjos

Integra júris de diversos salões de arte no país. Tem ensaios sobre história e teoria da arte e textos críticos sobre artistas publicados em livros, catálogos e revistas.

TRÊS FRONTEIRAS
A zona das três fronteiras (Argentina/Brasil/Paraguai) constitui o coração da condição multinacional, comercial, ecológica e cultural do Mercosul. Onde as fronteiras se encontram literalmente é onde podemos começar a falar de uma cultura de intersecções e co-dependências, de fluidez e intercâmbio, de conflitos e de convivência. Sendo este o lugar da primeira comunidade transnacional colonial, com as expedições jesuíticas e, em seguida, um lugar de conflitos entre a coroa espanhola e os interesses comerciais do Brasil e da Argentina, é também o cenário da guerra da Tríplice Aliança, que marca para sempre e brutalmente a história do Paraguai. Hoje em dia, o local é centro de uma complexa rede de circulação de mercadorias – legais e ilegais -, e está sob suspeita de fazer parte de uma rede de apoio ao terrorismo internacional. Situado no seio geográfico da região do Mercosul, está longe, entretanto, dos discursos culturais das grandes cidades da região, mas paralelamente a isso, ocupa um papel chave nas economias locais e internacionais.

Ticio Escobar é curador, professor, crítico de arte, promotor cultural e diretor do Museu de Arte Indígena do Centro de Artes Visuais, em Assunção, no Paraguai. De 1991 a 1996, foi Diretor de Cultura do município de Assunção. É presidente do Capítulo Paraguayo de la Asociación Internacional de Críticos de Arte. Também é membro do Conselho de Doutorado em Filosofia, na área de Estética e Teoria da Arte da Universidade do Chile. Publicou vários títulos sobre arte paraguaia e latino-americana.

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E VAMOS A BIENAL...agora com outro olhar...volto com relatos e com fotos...espero que seja autorizado, senão vou fazer a carinha do Gato de Botas do Shrek...

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