quarta-feira, 28 de novembro de 2007

De tudo um pouco

Bem, estive na Bienal e convido você a visitar meu Webfólio e acompanhar a reprodução da visita que fiz. Uma senhora apresentação em Power Point, dividida em duas partes.
Mas o que mais me chamou a atenção foi um vídeo, onde um homem fazia poses diversas e repetia a frase "I am making art", sugerindo que não importa o que façamos, estamos sempre fazendo arte.
Muito interessante observar cada obra e pensar sobre intenção do autor!
Achei muito interessante repensar sobre o que a mídia coloca à nossa disposição, ou (falando de música e das porcarias que ouvimos) nos faz pensar que está à nossa disposição.
Estive correndo muito nos últimos dias em vista da Programação da XXIV Festa das Rosas e acabei me passando nas postagens...mas nem por isso deixei de aprender coisas ou refletir sobre as aprendizagens.
As escolas participaram com apresentações culturais e dos Desfiles da Festa trazendo as oficinas extra-classe (de esporte, dança, teatro...), suas bandas, alunos uniformizados. Aliás, a comunidade toda estava presente, inclusive desfilando (escolas de samba, clubes de serviço, as belas soberanas).
Hoje fui aplicar a aula sobre MPB. E entre tantas porcarias que querem nos vender e com as quais querem nos aculturar, percebi que me desatualizei...
Ninguém sabia o que era MPB. E provei que sim, ao iniciar a cantar "A casa" de Vinícius de Moraes e ser acompanhada or todos. Achei que iam dizer que adoram Hip Hop, mas a onda agora é Funk. Disse uma aluna pra mim "Profe, a gente gosta mesmo é de Funk".
Mas educadamente contribuiram comigo e participaram dessa tal de aula sobre MPB. Acharam tudo meio breguinha e aquela tal de música do Peru um gozo, que até quiseram ouvir mais de uma vez pra conferir mais de perto.
Alguns meio tímidos, outros mais despachados, entregaram-se a essa viagem, cantando, conhecendo e reproduzindo. Acho que quando alguém perguntar de novo sobre essa tal de MPB, alguns vão se arriscar a dizer algumas coisas. Pena ter sido reduzido o tempo...
Ah, nossa última aula de teatro! Como é difícil se expor! Como requer ser criativo, expressar-se e relacionar-se bem com seu corpo, ser livre para alçar vôos da imaginação e entregar-se à cena. Como é bom fomentar a criação.
Literatura...que bela viagem fizemos aos contos infantis! Que saibamos reproduzir aquele Mundo de Alice em cada aula, a cada conto, transformando nosso dia-a-dia sempre numa nova viagem, cheia de prazeres, desprazeres e novas descobertas.
Que fantástico assistir a cada idéia de fazer tanto e reproduzir tanto, com tão pouco R$...assim, dá vontade e aguça a curiosidade ouvir um novo conto.
Voltando ao teatro, aprendi muito, mas pra mim a maior lição de todas foi uma frase "A atenção está onde está a energia" - dizia o professor estático, enquanto todas olhavam a Melissa tentando fechar o ar-condicionado com o mastro da Bandeira. Energia! É ela que prevalecerá sempre: sendo o conto bom ou não, sendo a continha nova, a "matéria" diferente...coloquemos nossa melhor e maior energia em tudo que façamos e teremos todos os olhares, a atenção e contruiremos juntos conhecimento. Paremos, falemos e falemos e falemos e a energia não estará lá...muito menos nossos alunos.
Ah, e falando em Ludicidade, retomo alguns trechos dos meus comentários em uma das atividades: Bem, somos escravos e filhos do capitalismo...logo, consumistas em potencial.
Vivemos na era do descartável, onde alimentos, brinquedos, pessoas e sentimentos não têm a durabilidade de outrora. A cada novo brinquedo lançado, os já adquiridos perdem o brilho.
É a era do show...tudo tem que ser um espetáculo! E quando deixar de ser novidade e torna-se objeto do cotidiano, cai pra vala comum e fica esquecido no fundo do armário ou da caixa de brinquedos.
Colecione, junte, junte, junte. Tenha muito, tenha tudo.
Mostre para seus amigos QUE VOCÊ TEM.
Às vezes tenho a impressão de que quanto mais o tempo passa, mais perde-se a magia do brincar. O brincar virou construir patrimônio, consumir, consumir, ter, ter mais, muito mais e colocar esse objetivo acima de tudo.Acredito que para valorizar o brincar e não o ter brinquedos devemos ajudar a criança a descobrir como se divertir e como brincar sem precisar submeter-se a adquirir algo para isso.
Bem, eu vi isso novamente hoje, dando aula de música. Eles gostam do Funk que passa na TV e no rádio a toda hora. Sempre fui meio retardadinha, mas eu na idade deles tinha aula de música, adorava a do Fusquinha e ouvia LP com MPB pra criança "Um, dois, três e quatro, dobro a perna e dou um salto...". Curtia Balão Mágico (tudo muiro puro). Tá certo, que eu queria a Barbie e a Xuxinha, mas me divertia com os esmaltes da minha mãe, fingindo ser pessoinhas (e como eu tinha boneca! Minha mãe ficava possessa). Eu era mais livre para criar. Tanto fala-se que o ensino era tradicional, que queremos estimular a criação, valorizar mais a bagagem da criança, reconhecê-la como agente de sua aprendizagem...e parece que a escravidão aumenta!
Vixe, falei por dois meses...

Um comentário:

elisabetebceron disse...

Querida KELLI,que bom que retomou as atividades.Presenciei todo o belo trabalho desenvolvido por ti durante a Festa das Rosas. Isso tudo é uma grande aprendizagem na nossa vida.
Com certeza os teus alunos não esquecerão o que é MPB.Pude perceber que proporcionastes aos teus alunos aulas prazeirosas buscando a participação de todos.
beijos!!!