quarta-feira, 28 de novembro de 2007

De tudo um pouco

Bem, estive na Bienal e convido você a visitar meu Webfólio e acompanhar a reprodução da visita que fiz. Uma senhora apresentação em Power Point, dividida em duas partes.
Mas o que mais me chamou a atenção foi um vídeo, onde um homem fazia poses diversas e repetia a frase "I am making art", sugerindo que não importa o que façamos, estamos sempre fazendo arte.
Muito interessante observar cada obra e pensar sobre intenção do autor!
Achei muito interessante repensar sobre o que a mídia coloca à nossa disposição, ou (falando de música e das porcarias que ouvimos) nos faz pensar que está à nossa disposição.
Estive correndo muito nos últimos dias em vista da Programação da XXIV Festa das Rosas e acabei me passando nas postagens...mas nem por isso deixei de aprender coisas ou refletir sobre as aprendizagens.
As escolas participaram com apresentações culturais e dos Desfiles da Festa trazendo as oficinas extra-classe (de esporte, dança, teatro...), suas bandas, alunos uniformizados. Aliás, a comunidade toda estava presente, inclusive desfilando (escolas de samba, clubes de serviço, as belas soberanas).
Hoje fui aplicar a aula sobre MPB. E entre tantas porcarias que querem nos vender e com as quais querem nos aculturar, percebi que me desatualizei...
Ninguém sabia o que era MPB. E provei que sim, ao iniciar a cantar "A casa" de Vinícius de Moraes e ser acompanhada or todos. Achei que iam dizer que adoram Hip Hop, mas a onda agora é Funk. Disse uma aluna pra mim "Profe, a gente gosta mesmo é de Funk".
Mas educadamente contribuiram comigo e participaram dessa tal de aula sobre MPB. Acharam tudo meio breguinha e aquela tal de música do Peru um gozo, que até quiseram ouvir mais de uma vez pra conferir mais de perto.
Alguns meio tímidos, outros mais despachados, entregaram-se a essa viagem, cantando, conhecendo e reproduzindo. Acho que quando alguém perguntar de novo sobre essa tal de MPB, alguns vão se arriscar a dizer algumas coisas. Pena ter sido reduzido o tempo...
Ah, nossa última aula de teatro! Como é difícil se expor! Como requer ser criativo, expressar-se e relacionar-se bem com seu corpo, ser livre para alçar vôos da imaginação e entregar-se à cena. Como é bom fomentar a criação.
Literatura...que bela viagem fizemos aos contos infantis! Que saibamos reproduzir aquele Mundo de Alice em cada aula, a cada conto, transformando nosso dia-a-dia sempre numa nova viagem, cheia de prazeres, desprazeres e novas descobertas.
Que fantástico assistir a cada idéia de fazer tanto e reproduzir tanto, com tão pouco R$...assim, dá vontade e aguça a curiosidade ouvir um novo conto.
Voltando ao teatro, aprendi muito, mas pra mim a maior lição de todas foi uma frase "A atenção está onde está a energia" - dizia o professor estático, enquanto todas olhavam a Melissa tentando fechar o ar-condicionado com o mastro da Bandeira. Energia! É ela que prevalecerá sempre: sendo o conto bom ou não, sendo a continha nova, a "matéria" diferente...coloquemos nossa melhor e maior energia em tudo que façamos e teremos todos os olhares, a atenção e contruiremos juntos conhecimento. Paremos, falemos e falemos e falemos e a energia não estará lá...muito menos nossos alunos.
Ah, e falando em Ludicidade, retomo alguns trechos dos meus comentários em uma das atividades: Bem, somos escravos e filhos do capitalismo...logo, consumistas em potencial.
Vivemos na era do descartável, onde alimentos, brinquedos, pessoas e sentimentos não têm a durabilidade de outrora. A cada novo brinquedo lançado, os já adquiridos perdem o brilho.
É a era do show...tudo tem que ser um espetáculo! E quando deixar de ser novidade e torna-se objeto do cotidiano, cai pra vala comum e fica esquecido no fundo do armário ou da caixa de brinquedos.
Colecione, junte, junte, junte. Tenha muito, tenha tudo.
Mostre para seus amigos QUE VOCÊ TEM.
Às vezes tenho a impressão de que quanto mais o tempo passa, mais perde-se a magia do brincar. O brincar virou construir patrimônio, consumir, consumir, ter, ter mais, muito mais e colocar esse objetivo acima de tudo.Acredito que para valorizar o brincar e não o ter brinquedos devemos ajudar a criança a descobrir como se divertir e como brincar sem precisar submeter-se a adquirir algo para isso.
Bem, eu vi isso novamente hoje, dando aula de música. Eles gostam do Funk que passa na TV e no rádio a toda hora. Sempre fui meio retardadinha, mas eu na idade deles tinha aula de música, adorava a do Fusquinha e ouvia LP com MPB pra criança "Um, dois, três e quatro, dobro a perna e dou um salto...". Curtia Balão Mágico (tudo muiro puro). Tá certo, que eu queria a Barbie e a Xuxinha, mas me divertia com os esmaltes da minha mãe, fingindo ser pessoinhas (e como eu tinha boneca! Minha mãe ficava possessa). Eu era mais livre para criar. Tanto fala-se que o ensino era tradicional, que queremos estimular a criação, valorizar mais a bagagem da criança, reconhecê-la como agente de sua aprendizagem...e parece que a escravidão aumenta!
Vixe, falei por dois meses...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bienal do Mercosul

Munida de máquina fotográfica, na companhia do meu amorzinho, amanhã vou fazer a minha visita a 6ª Bienal do Mercosul, visto que dia 10 de novembro estarei trabalhando e assistindo à fantástica palestra da Clarisse Leal. Como dizia minha querida colega Celi Lutz "Cecília Meirelles, querida. Ou isto ou aquilo".
Organização do tempo: num dia vou colocar a luva e no outro o anel. Dá tempo de fazer tudo!
Bem, resolvi me preparar para a visita...

Trechos extraídos copiado do Site da Bienal:

6ª Bienal do Mercosul: A Terceira Margem do Rio

Na história “A Terceira Margem do Rio” de João Guimarães Rosa, de 1962, um homem decide súbita e inexplicavelmente viver em um barco no meio do rio; rio em cujas margens ele vivera antes uma vida aparentemente normal com a sua família. O barco, também inexplicavelmente, permanece estacionário neste lugar. Após certo tempo, sua família passa a aceitar sua presença silenciosa, e assim ele constitui uma terceira margem para esse rio, mudando sua ecologia cultural para sempre através de sua presença teimosa.

Essa metáfora de uma terceira margem ressoa em muitos níveis como uma necessidade profundamente humana e contemporânea de se ir além das oposições binárias que estruturam as nossas vidas. Após um século XX repleto de jogos de soma zero entre a esquerda e a direita, o formal e o social, o velho e o novo, ou qualquer número de construções mutuamente-destrutivas similares, a terceira margem abre a possibilidade para uma perspectiva independente, um espaço no meio a partir do qual ambas as alternativas podem ser vistas, julgadas e consideradas. A terceira margem é, desse modo, um espaço radicalmente independente, um espaço livre de dogmas ou imposições, um lugar de observação. A terceira margem também une os que antes eram antagonistas num único campo de discussão. Quando Heidegger discutiu a imagem de uma ponte, ele poderia estar falando de uma terceira margem: “A ponte […] não une somente as margens que já estavam lá. As margens emergem como margens somente na medida em que a ponte atravessa o regato […] Ela traz o regato, a margem e a terra para a vizinhança um do outro. A ponte congrega a terra como uma paisagem em torno do regato.”¹ Numa paisagem mental, a ponte é a terceira posição que une as duas ideologias opostas, permitindo uma distância crítica de ambas, e a possibilidade de vê-las como parte de um mesmo sistema.

Exposições monográficas:


Francisco Alberto Matto Vilaró (1911 -1995) nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1911. Não freqüentou o colégio; sua educação se deu por meio de tutores na própria casa. Também estudou desenho e pintura com Carlos Rúfalo. Matto começou a pintar obras em tábuas de formato irregular, sobre temas religiosos, que seriam uma constante ao longo de sua vida.A obra de Matto está muito marcada pelo seu profundo interesse nas culturas pré-colombinas, interesse que o levou a formar sua própria coleção de arte pré-hispânica.


Jorge Macchi nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1963. Estudou artes na Escuela Nacional de Bellas Artes de Buenos Aires e em 1987 recebeu o Título de Professor Nacional de Pintura. Atualmente vive e trabalha em Buenos Aires. A cidade, o cotidiano, a violência e o destino são temas das criações do artista que trabalha em diversas mídias, incluindo instalações, pinturas, vídeos e fotografias.

Öyvind Axel Christian Fahlström (1928 – 1976) nasceu em São Paulo, Brasil, em 28 de dezembro de 1928. Passou sua infância em São Paulo, Niterói e Rio de Janeiro e foi educado em português e inglês na Escola Britânica de São Paulo. Aos dez anos de idade foi passar o verão na Suécia, mas, um mês após sua chegada em Estocolmo, a Alemanha invadiu a Polônia. Impedido de viajar devido à eclosão da 2ª Guerra Mundial, permaneceu na cidade, tendo cursado história da arte na Universidade de Estocolmo. Já formado, viajou para Paris e Itália, onde encontrou outros poetas e pintores. Contribuiu regularmente para a imprensa sueca em tópicos relativos à cultura local e estrangeira, papel que desempenhou pelo resto de sua vida. Fahlström trabalhou com happenings e performances; além de artista visual, escreveu peças de teatro, fez filmes e documentários.


Zona Franca
À medida que o discurso curatorial da sexta Bienal do Mercosul articula um distanciamento do formato tradicional das bienais em seu esforço de representação regional, o projeto Zona Franca aposta em um critério de qualidade e relevância a nível internacional. A pergunta por trás dessa proposta é: o que aconteceria se a equipe de curadores pudesse escolher, sem condicionamentos, projetos internacionais considerados de maior relevância no cenário global? Dessa maneira, também articula-se a visão desde o Mercosul até o mundo, sendo esse um dos princípios intelectuais fundadores dessa bienal.


CURADORES LEVANDO-NOS A ARTE DO MUNDO...

Gabriel Pérez-Barreiro

É doutor em História e Teoria da Arte pela University of Essex e Mestre em História da Arte e Estudos Latino-Americanos pela University of Aberdeen.

Luiz Pérez-Oramas

É escritor, poeta e historiador da arte. Fez doutorado sob a orientação de Louis Marin e Hubert Damisch, na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, em Paris, França, em 1994.

Inés Katzenstein

Inés Katzenstein é formada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Buenos Aires e realizou mestrado em Estudos Críticos e Curatoriais no Center for Curatorial Studies, em Bard College, Nova York.

Moacir dos Anjos

Integra júris de diversos salões de arte no país. Tem ensaios sobre história e teoria da arte e textos críticos sobre artistas publicados em livros, catálogos e revistas.

TRÊS FRONTEIRAS
A zona das três fronteiras (Argentina/Brasil/Paraguai) constitui o coração da condição multinacional, comercial, ecológica e cultural do Mercosul. Onde as fronteiras se encontram literalmente é onde podemos começar a falar de uma cultura de intersecções e co-dependências, de fluidez e intercâmbio, de conflitos e de convivência. Sendo este o lugar da primeira comunidade transnacional colonial, com as expedições jesuíticas e, em seguida, um lugar de conflitos entre a coroa espanhola e os interesses comerciais do Brasil e da Argentina, é também o cenário da guerra da Tríplice Aliança, que marca para sempre e brutalmente a história do Paraguai. Hoje em dia, o local é centro de uma complexa rede de circulação de mercadorias – legais e ilegais -, e está sob suspeita de fazer parte de uma rede de apoio ao terrorismo internacional. Situado no seio geográfico da região do Mercosul, está longe, entretanto, dos discursos culturais das grandes cidades da região, mas paralelamente a isso, ocupa um papel chave nas economias locais e internacionais.

Ticio Escobar é curador, professor, crítico de arte, promotor cultural e diretor do Museu de Arte Indígena do Centro de Artes Visuais, em Assunção, no Paraguai. De 1991 a 1996, foi Diretor de Cultura do município de Assunção. É presidente do Capítulo Paraguayo de la Asociación Internacional de Críticos de Arte. Também é membro do Conselho de Doutorado em Filosofia, na área de Estética e Teoria da Arte da Universidade do Chile. Publicou vários títulos sobre arte paraguaia e latino-americana.

Visite o site da Bienal, clicando aqui
E VAMOS A BIENAL...agora com outro olhar...volto com relatos e com fotos...espero que seja autorizado, senão vou fazer a carinha do Gato de Botas do Shrek...

Brincando de teatro

Adorei relembrar a experiência de trabalhar com a Aula de Teatro.
Fiquei surpresa como a turma aceitou a proposta, apesar de inicialmente terem em unanimidade deixado claro NÃO GOSTAREM DE FAZER TEATRO.
Percebi que o entusiasmo é a chave para o sucesso em qualquer ação.
A vontade e o amor com que elaborei e apliquei a aula acabou impregnando o ambiente e contagiando toda a turma, provando pra mim mais uma vez que se não soubermos motivar nossos alunos e não tivermos apaixonados e convictos de que a aula que aplicaremos é fantástica, nossos alunos também não pensarão assim.
Eu estava tão empolgada com a aula, que meu namorado ficou com medo de eu voltar arrasada e me disse "...talvez eles não estejam com tanta vontade de fazer teatro como você e a tua aula não tenha tanto sucesso como imaginas."
Foi quase um banho de água fria...e pensei que teria que ir mais motivada para contagiar pessoas tímidas como ele, que faria qualquer coisa pra não ter que levantar da cadeira.
Quando saí de lá, emocionada e inquieta, li avaliações aprovando a aula por unanimidade e solicitando repetir a experiência.
Quando entro numa sala de aula, há algo desconhecido que toma conta de mim...e faz com que tenha vontade de criar muitas coisas e alçar muitos vôos e quando saio de lá, a energia demora a sair de mim...acho que isso chama-se paixão.
O que quis deixar muito claro na aula e acho que consegui, é que qualquer pessoa é capaz de fazer qualquer coisa, desde que PLANEJE, PREPARE-SE e EXECUTE COM ENTUSIASMO.
A maior função do professor, é auxiliar o aluno a compreender que o potencial dele é muito maior do que o que ele se permite acreditar que tem.
Confira alguns flashes dessa deliciosa jornada...





Contos de fadas


Nossa, assisti ao Shrek 3 e me diverti à beça.
Acho muito válido, como aprendizagem, a comparação entre os clássicos e releituras como esta.
Assistindo ao filme, com sua boa dose de realismo, fiquei me questionando sobre a origem de nossas pré-concepções, como "porque pessoas "feias" nos causam impacto negativo e a beleza nos passa a imagem de bondade e confiabilidade.
Ver a Fiona acordando e dizendo "Bafinho da manhã" ao Shrek pareceu um excelente contra-ponto às novelas com pessoas acordando "cheirosas" e maquiadas.
Ouvir Shrek dizer que as pessoas passaram a vida julgando-o por sua imagem e ele acreditando nas crenças populares ao invés de acreditar nele mesmo e por fim ele passou a perceber o seu potencial e acreditar nele, também achei bacana.
O desfecho do filme, mostrando que não é preciso haver vilões e mocinhos, mas ao contrário, podem todos unir-se em busca da conquista do bem-estar comum, achei uma grande lição.
Os erros cometidos, as gafes, a falta de composturas e as decisões mal tomadas, aliadas à idéia de que é possível dar a volta por cima, que ninguém é perfeito, mas pode esforçar-se em aprimorar-se e que não é a espera de um milagre (fazendo menção à Bela Adormecida, à Branca de Neve e à Cinderela que assumiram suas poses de donzela aguardando o resgate pelo Príncipe Encantado) que mudará nossas vidas.
Lendo a Bibliografia indicada em Literatura, fazendo menção à origem dos Contos de Fadas, percebi que a maior função deste estilo literário é fomentar a esperança, visto que em suas lições o bem sempre vence e o fraco supera seus medos e suas limitações perseverando.
Os Contos de Fadas foram criados, contados e reelaborados pela plebe, que entre um dia árduo e outro de trabalho, sonhava com um milagre que lhe assegurasse um vida mais digna e mais confortável.
Sempre gostei de questionar meus alunos quanto às mensagens das histórias e fomentar um debate sobre a dose de realismo delas, o que sempre rendeu excelentes resultados e filmes como Shrek trazem uma boa proposta de reflexão.


Informações sobre o filme
Se quiser saber mais ainda...
Se você e curioso para dedéu...vá à origem das coisas...

sábado, 20 de outubro de 2007

Música - Quinta Semana - 22/10 a 28/10

ENTREVISTA COM LOJA DE DISCOS:

Não era de admirar que os CD's comprados pela proprietária fossem os indicados pelos clientes e os consagrados.
Constatei que a moda não está somente mais presente nas passarelas: ela invadiu as tendências literárias e musicais.
O que era modinha outrora, nem se houve falar e fica criando teia na pilha promocional.
Segundo a entrevistada, em sua loja, especialista e renomada na venda de CD's e DVD's diversos, o que mais vende são as Bandinhas


Passarela



San Marino


e a coletânea de Hip Hop Internacional vol. 5 Black Hits.



Pois é, bendito seja o comércio,
que manipula a sociedade,
que é manipulada pela mídia,
que é manipulada pelos formadores de opinião,
que são manipulados pelos donos do poder,
que são manipulados por seu desejo sagaz de acumular cada vez mais capital,
que é o SENHOR da nossa Sociedade.

Sexta Semana - 29/10 a 04/11

Quinta Semana - 22/10 a 28/10

Quarta Semana - 15/10 a 21/10

Terceira Semana - 08/10 a 14/10

Vou atualizar!

sábado, 13 de outubro de 2007

Artes Visuais - reflexões

A análise das imagens das representações de família mexeram muito comigo. Tenho me questionado muito (e a cada atividade, cada vez mais) sobre que tipo de valores temos passado a nossos alunos. Percebo que a construção do Projeto Político Pedagógico da Escola é muito mais do que um mero cumprimento burocrático, como na maioria das vezes é encarado, sendo construído por um grupo restrito de profissionais, muitas vezes deixando a par do processo boa parte da comunidade escolar. Tenho pensado muito na elaboração dos Planos de Estudos, algo que está sendo desenvolvido neste ano em Sapiranga e ação para a qual têm sido convidados os professores envolvidos.
Hoje estava conversando com a minha mãe, que já comecei muitos cursos em diferentes faculdades (já cursei UNISINOS e FEEVALE, Jornalismo, Pedagogia, Letras Português/ Espanhol e Direito) e não querendo desmerecer nunca nenhuma delas, nem tampouco os aprendizados que colhi e que carrego na minha vida profissional e pessoal, fruto de cada uma delas, nunca uma Graduação mexeu tanto comigo, nunca me fez pensar tanto e mudar minhas atitudes.
Minhas verdades não são mais tão fixas. Minhas certezas não estão mais tão certas. Tenho aprendido que há muitos caminhos e que cada um deles carrega as suas verdades. Minhas análises e julgamentos não são mais tão severos. Tenho ouvido mais, refletido mais, sido mais tolerante e compreensiva. Tenho conseguido cada vez mais me colocar no lugar do outro e entender as suas atitudes, as suas verdades e entender que elas são fruto das suas vivências, das suas crenças e de imagens e valores, como os discutidos neste trabalho, que são injetados em sua mente diariamente.

sábado, 6 de outubro de 2007

Segunda Semana - 01/10 a 07/10


TEATRO



Na primeira aula, achei muito interessantes e válidas as técnicas apresentadas.

Pouco a pouco, percebi que eu e outras colegas fomos nos soltando. De uma maneira lenta, os exercícios foram ganhando complexidade.

Vamos resgatar para posterior pesquisa e uso, as atividades desenvolvidas:

* Chefe Manda - quando o chefe dava uma ordem precedida da expressão "chefe, manda" deveríamos segui-la. Quando desse uma ordem sem essa precedência deveríamos ignorá-la. Achei um exercício excelente, fazendo com que todos se integrassem, relaxassem e fossem se soltando, bem como construindo cumplicidade e confiança no grupo.

* Caminhada com níveis e uso dos braços - num primeiro momento deveríamos caminhar livremente e quando fosse dada a ordem para parar, deveríamos "congelar" em níveis de altura diferentes, explorando vários espaços e posteriormente, utilizando as mãos para dar expressividade.

* Caminhada em grupos: com a contagem até 10, repetição da atividade anterior, mas divididos em 2 grupos. Sempre um estaria em forma de estátua e outro circulando. Assim, podíamos em criando, recriando imagens e esculturas.

* Fotos (no estilo da máquina maluca) - um a um íamos agregando uma pose para ir construindo uma história (deu show de rock, acidente de trânsito...).

* Fotos em 3 e 5 tempos - Deveríamos criar histórias com 3 e depois 5 ou mais fotos.

As atividades que tivemos atividades que fizemos (formar conjunto de fotos contando uma história).

A aprendizagem que fica para mim, a partir dos estudos teóricos que tivemos e da vivência tida, é que apesar de essas atividades serem espetaculares, as das fotos não devem ser utilizadas "de supetão" (não sujeitei ainda a testes) com crianças de séries iniciais (por não terem o nível de abstração desenvolvido e serem apegadas ao concreto).

Acredito que deve-se partir do uso de panos, objetos, roupas para criarem-se personagens, imagens para serem recriadas (foto). Adorei a menção do professor de que já utilizou desenhos no quadro produzidos pelos alunos.

As experiências que tive de mímica só tiveram sucesso com coisas muito fáceis de serem reproduzidas e que eram concretas para as crianças (correr). Atividades que exigissem mais abstração, raciocínio e expressão corporal para serem reproduzidas não tiveram sucesso.

O professor comentou que professoras em curso corriam até armários e paredes quando ele fazia menção a isso para ser representado algo, a invés de imaginar a parede e o armário.

Já disse no Fórum e repito: "Acredito no teatro como forte instrumento de resgate da auto-estima e penso que apesar das barreiras é saudável persuadir nossos alunos a enfrentarem seus medos e se exporem, ultrapassando limites e redescobrindo suas potencialidades. Muitas vezes, eles têm um enorme desejo de contracenar, mas a baixa-estima os impede de se colocarem à disposição para encenar e se entristecem vendo os mesmos colegas de sempre brilharem".

E disso eu tenho comprovação. Há anos atrás construi uma peça com alunos de 2ª série envolvendo a sala toda na criação de cenário, detalhes da história e escolha de áudio. TODOS contracenaram. Eu cuidei do áudio e não tinha iluminação. Foi uma experiência linda! E que me rendeu, não, NOS rendeu muitos frutos e crescimento.

Primeira Semana - 22/09 a 30/09

ARTES VISUAIS




METODOLOGIA TRADICIONAL



* Postura autoritária do professor;
* Transmissão de conteúdos reprodutivos;
* Aluno não interage, só reproduz;
* Desenvolvimento de destrezas, não criação;
* Preparo para o mundo do trabalho;
* Incentivo à cópia.



ESCOLA TECNICISTA



* Prepara para o mercado de trabalho;
* Objetivo principal: ensinar a fazer;
* Originada nos EUA em 1950;
* Aparece no Brasil em 1960;
* Processos mecânicos

ESCOLA NOVA



Surge no Brasil em 1930;
Objetivo: livre expressão;
Trabalho centrado na criança, privilegiando sua intuição, criação e inteligência;
Crianças reproduzem livremente, sem intervenção do professor.




PROPOSTA TRIANGULAR




* o fazer artístico;
* a análise de obras e projetos de arte;
* a história da arte;
* Vivenciar e compreender as linguagens da arte;
* Apreciar, refletir e fazer.



MINHAS CONCLUSÕES



É sabido que encontramos no País todas essas metodologias e analisando a minha prática da sala de aula, acabei registrando passagens das três primeiras.
O que mudou em mim após estas leituras e reflexões?
Agora percebo o quanto a Arte é importante e deve estar permanentemente presente em sala de aula.
Não aprendi a admirá-la como Disciplina. Ela não era prazerosa e não tinha sentido.
Mas ela tem e a frase que mais me marcou das leituras foi “As novas tendências para o ensino da arte enfatizam um maior compromisso com a cultura e a história”.


Marco minha nova linha de pensamento com a obra de Picasso entitulada “Guernica”, que após a primeira aula presencial passei a compreender e admirar.
Cada obra de arte tem um foco, um objetivo, uma linguagem, uma forma...estarei mais atenta a isso e percebo que algo está mudando em mim sobre ela, a partir do momento em que fazer atividades desta disciplina finalmente tornou-se um prazer, com sentido e vital importância.






LITERATURA




Trabalhar com aromas na Hora do Conto foi algo que nunca me ocorreu e que estou maluca pra fazer! Acabei utilizando fragâncias em aulas não muito criativas dentro da temática dos "Sentidos".



"Contar histórias é suscitar o imaginário, descobrir conflitos, impasses, encontrar soluções, esclarecer dúvidas, sentir emoções diferentes, encontrar outros lugares, outros tempos, outros pensamentos. " Fanny Abramovich


"Quando uma criança escuta, a história que se conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela muito mais tarde" Louis Paswels



Vou reproduzir um trecho da minha argumentação no Fórum da Disciplina que reflete minhas conclusões, acerca das citações acima:



Me preocupa muito mais o que conto e no que implicará para a criança, do que discutir formas de contar. Estou ansiosa para analisar os contos. Sugiro que todas e o Ed leiam "A ditadura da beleza e a revolução das mulheres", do Augusto Cury e "Complexo de Cinderela", da Colette Dowling. O primeiro reflete o vício no corpo magro, a injeção diária de exigência de cuidados com o corpo, não necessariamente ligados a hábitos saudáveis (formando comunidades anoréxicas e adolescentes/ mulheres infelizes). O segundo retrata o que o título diz: reflete a mulher que, embalada desde a tenra infância por contos infantis, aguarda o príncipe encantado, que aturará tudo, a protegerá e assumirá o papel assumido outrora pelo pai da donzela. Quem ainda tiver paciência, tem o "Síndrome de Peter Pan", que reflete a vida do homem na Terra do Nunca. Sugiro também visitarem o site http://www.mensagemsubliminar.com.br, para refletirmos sobre o que de fato tem chegado a nossos alunos. Tive uma cadeira na faculdade de Psicologia na educação onde debatemos apenas numa noite os clássicos e aquela foi a que mais marcou a minha vida. Quero muito aprofundar esse assunto!




LUDICIDADE e EDUCAÇÃO






Bem, a maior aprendizagem desta aula foi o desapego à preocupação de aliar objetivos a tudo: o objetivo da brincadeira é brincar. Adorei a citação de que "Para ser professor é preciso voltar a ser criança".


Fiquei intrigada com a dificuldade com que tive de mover o corpo durante a atividade do "Pássaro louco". E sei que a mesma técnica com as palavras-chave "coelho sai da toca", "toca sai do coelho" e "terremoto" teriam feito com que eu agisse com maior rapidez. Qual é a explicação para isso? Treino. Dizem que para evitar o mal de Alzheimer é bom realizar atividades corriqueiras de forma diferente (fazer percursos diferentes, pentear cabelo para outro lado) de modo que a mente seja obrigada a agir. A idéia é mudar e criar variações sempre, para forçar o raciocínio.




MÚSICA


Já trabalhei com paródias, mas nunca tinha me ocorrido, como na primeira aula de música, propor a musicalização de poesias e pequenos versos (isso é uma forma de tornar mais prazeroso o estudo da poesia, visto que para cantar, é preciso interpretar).

O interessante é que através da música pode-se decidir que mensagem se deseja passar. Logo, um canto de amor, pode virar um deboche ou hipocresia e uma mentira descabida pode ganhar veracidade.

Estudar música, desfrutá-la, é expor sentimentos, curar dores, gerar entusiasmo, despertar a imaginação, ser diferente, fazer diferente, tornar diferente, expressar o que é, ser o que se é, sonhar o que pode ser, sonhar o que nã pode ser, conhecer o próprio corpo e a própria mente.

Música é magia, é obra de Deus.



Primeira Semana - Artes



Pois é, me atrapalhei um pouco na criação do Blog e acabei postando no meu Blog antigo " http://kellimattes.blogspot.com/" algumas aprendizagens da primeira semana. Visitem!
Mas, deixem-me me recuperar e aprofundar mais.
Nunca tive boa desenvoltura manual. Nunca gostei muito de Artes. E tenho total convicção que isso justifica-se principalmente pela postura dos professores que tive: humilhavam as tentativas de produções artísticas por não atingirem a forma perfeita.
Tem uma professora que eu detesto até hoje. Às vezes passava horas tentando reproduzir o melhor que eu podia e quando chegava na escola ela dizia "Tem que ter PERCEPÇÃO (me lembro até do tom da voz e da cara de nojo) e me mostrava (e aos meus colegas) o desenho perfeito de um a artista da turma. Sem dúvida, isso não era nem um pouco motivador, nem me auxiliava a crescer nas minhas produções.
Assistindo a primeira aula de Artes me dei por conta do quanto pode ser prazeroso o estudo desta Disciplina. O que sei de pintores, formas artísticas, etc...partiu do meu próprio interesse. Nunca tive um professor que analisasse obras com os alunos, perpassasse os estilos artísticos ou refletisse o perídodo histórico em que as mesmas estavam inseridas. Se estudamos com os pequeninos Datas Comemorativas das mais diversas, por que julgar que a ARTE seria de difícil compreensão para eles?
A aula me fez pensar que é possível sim, ultrapassar os bichinhos de argila, os brinquedos de sucata, as pinturas livres, temáticas e viajar pelo mundo dos grandes artistas e pensadores do mundo, analisando, imitando ou recriando as suas obras.
Fiquei bastante empolgada! Acho a Arte fantástica, apesar de não ter domínio nenhum dela.
Mas ela, é uma eterna descoberta e uma permanente conquista.